segunda-feira, 14 de abril de 2008

Citröen DS 21


Citroën DS, uma epopeia de meio século

Paris, 1 de outubro de 1955. No Grand Palais, uma bomba automotiva explode, como escrevia a imprensa da época. O DS acabava de nascer. A Citroën, em seu estande, apresentava aos jornalistas do mundo inteiro e ao público surpreso um automóvel totalmente fora do comum. A marca do duplo chevron estava prestes a revelar aquele que iria substituir o famoso Traction Avant de André Citroën. De uma só vez, passava-se do negro às cores, mudava-se a história do automóvel, a ficção se transformava em realidade. Subitamente, a criação de Citroën superava todos os outros concorrentes. Foi um evento que marcou todos que participaram de sua criação. Hoje, 50 anos depois, ele ainda continua presente e atrativo graças aos milhares de colecionadores entusiastas.

Dois homens e suas equipes deram origem a essa maravilha automotiva. Ambos foram contratados pelo próprio André Citroën e já haviam sido os criadores do Traction Avant, de 1934: o engenheiro André Lefèvre e o estilista e escultor Flaminio Bertone. Ambos uniram seus talentos para realizar um carro apaixonante e revolucionar a história do automóvel. O DS é muito mais que o resultado de uma única criação estilística. Suas formas foram ditadas pelas soluções técnicas adotadas e seu desenho traduz, em última análise, o acordo entre a utilidade e a harmonia, a função e a estética.


Hoje, 50 anos já se passaram desde sua apresentação e o DS entra pela grande porta da história automobilística mundial. Junta-se a duas outras criações místicas da Citroën, o Traction Avant e o 2CV. Como um carro revolucionário, ele fez o automóvel avançar completamente no tempo. Ao democratizar uma tecnologia de vanguarda, deu o tom a toda uma geração de carros modernos, mostrando o caminho do progresso e ganhando reconhecimento universal.

Em missão oficial

Quem poderia esquecer os famosos DS pretos... Eles foram, durante três anos, os carros oficiais de ministros, prefeitos e, principalmente, do General Charles De Gaulle, que os apreciava enormemente. O próprio general encomendou um carro especial para o palácio dos Elysées, construído pelas oficinas Chapron, em 1968, com base nos desenhos da área de estilo da Citroën. Ele costumava dizer que foi salvo do atentado de Petit-Clamart graças a um Citroën DS, pois o carro, mesmo metralhado, conseguiu levá-lo até um avião em Villacoublay, permitindo-lhe escapar de seus agressores apesar de dois pneus crivados de balas.

Os DS negros formavam impressionantes cortejos nas manifestações oficiais. Desciam a avenida Champs Elysées diversas vezes em fila indiana. Honra suprema, essas demonstrações davam ao carro extrema visibilidade, mostrando que o DS era, de fato, o carro do prestígio francês. Uma versão batizada de Prestige foi posteriormente criada pela marca, em 1959. Destinado aos consumidores com motorista particular, era equipado com um banco dianteiro único, com um vidro de separação do compartimento traseiro, e já dispunha de um radiotelefone.


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