quarta-feira, 16 de abril de 2008

A História do Rallie - Parte I

O início do GRUPO B.

Os carros de rally, antes do grupo B, eram em sua maior parte com propulsão traseira e uma potência com cerca de 250cv, pois mais potencia, provocaria patinagem das rodas motrizes. As duas classes eram Grupo 2 e a mais popular o Grupo 4. O regulamento do Grupo 4, obrigava a uma produção mínima de 400 unidades do carro para ser homologado. Alguns dos modelos mais famosos, foram os Lancia Stratos, o Fiat Abarth e o Porsche 911.

Sem dúvida, em 1979 a FISA (Federação Internacional de Sport Automóvel) legalizou as 4 rodas motrizes, ou tracção integral, nos rallys. Não havia outro trabalho que permitisse mais liberdade aos construtores do que o grupo B, a única questão eram as 200 unidades construídas em uma ano. Os fabricantes implicados nos rallys, consideraram as 4 rodas motrizes demasiado complexas e levavam um complemento de peso bastante considerável.

Quando a Audi lançou seu novo Quattro em 1980, demonstrou a todos que estavam equivocados e anunciou que seguiria com o desenvolvimento do modelo durante 1980 e 1981. De todo o potencial da 4 rodas motrizes, deram-se quanto piloto da Audi Hannu Mikkola utilizou o Quattro como o carro "0" para abrir a corrida em um rally. Se Mikkola houvesse inscrito, ganhava o rally com 19 minutos de vantagem.
Quando o Quattro inscreveu-se e ganhou seu primeiro rally na Áustria em 1980, a maioria dos construtores deram-se conta que a era das 2 rodas motrizes havia chegado ao fim. Audi continuou seu desenvolvimento durante a temporada de 1981, ganhando vários rallys do Campeonato do Mundo, incluindo o rally de San Remo, no qual deu-se um facto histórico, com a vitória da primeira mulher, Michèle Mouton, em um rally internacional.

Em 1982, a Audi reafirmou-se como a equipa a ser batida, ainda que Michèle Mouton perdesse o titulo de pilotos frente a Walter Röhrl em seu Opel. A temporada de 1983 veio a criação dos grupos A e B, e o primeiro carro do Grupo B a chegar na cena, foi o Lancia 037 Monte Carlo, o maior rival da Audi.

A evolução do GRUPO B
O 037 era diferente do Audi em vários aspectos. Levava alimentação suplementar ao invés do turbo e ainda era de propulsão traseira, devido a incerteza da Lancia do potencial da tracção integral. Era sem dúvida um carro de grupo B (O Audi ainda estava construído sobre especificações do Grupo 4) e o novo grupo B somente requeria 200 unidades fabricadas para sua homologação.

Além disso, as equipas podiam sacar versões evolucionadas de seus carros e somente precisavam de 20 unidades. Os Grupo B tinham uma restrição mínima de peso e além do uso de matérias de alta tecnologia da época. Estes factores, somados aos recursos infinitos dos fabricantes, permitiram os Grupo B evoluírem de forma extremamente rápida. Os níveis de desenvolvimento dos carros, incrementavam-se a um ritmo muito veloz.
O novo 037 estava imediatamente em desvantagem, devido a carência de tracção integral. Isso permitia a Audi correr com muito mais potencia. Demonstraram que a tracção integral era mais benéfica para os pneus, com o que a Audi poderia correr com compostos mais macios que melhoravam mais a tracção. Sem dúvida, o Quattro teria alguns defeitos que permitiram o 037 levar o titulo de construtores de 1983.
O Audi era pouco fiável e difícil de conduzir e seu motor dianteiro e chassis mono casco. Seu motor dianteiro foi posto de lado pelos motores centrais e o desenho estrutural do Peugeot 205 T16, o novo rei das corridas de montanha que viu-se pela primeira vez no Tour de Corse em 1984.
As primeiras prestações do 205 T16 em Corsega, condicionaram a comunidade de rallys. Peugeot havia criado uma equipa forte, com Ari Vatanen de piloto e Jean Todt a frente dos programas de rallys. Vatanen saiu no Rally de Corsega, porém levou o 205 a sua primeira vitória no Rally 1000 Lagos no mesmo ano. Ao mesmo tempo, a Audi apresentava seu Quattro Sport, enquanto o 037, já acusava a sua idade. O Peugeot teria seu objectivo nos títulos de 1985, já que em 1984 teve um excelente ano de preparação.

A Peugeot dominaria a maior parte da temporada de 1985, porém as coisas não saíram como estava previsto. Perderam Ari Vatanen em um acidente na Argentina, o qual passou perto da morte. Porém seu companheiro de equipa, Timo Salonen, tomou o controle do campeonato e levou os dois títulos para a Peugeot.

Sem dúvida, o rally RAC rally, de 1985, foi cenário da chegada de um novo grupo de competidores famintos de disputar o domínio da Peugeot. A Lancia estreou o Delta S4, alimentação assistida e turbo. A Ford revelou seu RS200, a Austin-Metro lançou o Metro 6R4, a Audi apresentou o Quattro S1 e a Peugeot 205 T16 Evolution 2. A Lancia com o S4 levou o primeiro e segundo lugar e neste momento, os ailerons já eram parte dos carros, para manter o carro na corrida.

O fim do GRUPO B
Sendo que a escalada tecnológica estava a sobre carregar o Grupo B, a FISA já estava a preparar o Grupo S. O Grupo S, devia ser uma categoria que permitiria aos fabricantes realizar carros mais futuristas e somente exigiam 10 unidades para sua homologação.

Sem dúvida, o inevitável final aconteceu. Durante o "Vinho do Porto" Rally de Portugal, um Ford RS200 sai em uma zona de espectadores, matando três e ferindo uma dúzia. Após o acidente, todas as equipas retiraram-se do rally. Porém o golpe de misericórdia aos Grupo B chegou em 4 de Maio de 1986.

O primeiro piloto da Lancia, Henri Toivonen estava a dominar o campeonato de 1986 e o Tour de Córsega, carregado de uma forte gripe, quando seu S4 saiu da pista em um tramo torcido. O carro foi mas além dos limites da corrida, golpeando-se a árvores e rochas além de despenham em um barranco. Toivonen e seu co-piloto, Sergio Cresto, morreram.

Não haviam presentes no acidente, e o consequente incêndio destruiu completamente o carro, deixando os restos irreconhecíveis. O Grupos B e Grupo S, foram imediatamente proibidos para a temporada de 1987. Ford e Audi retiraram-se imediatamente do Grupo B. As demais equipas decidiram seguir até o final da temporada.



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